O Espírito Santo fechou o ano de 2024 com a menor taxa de desemprego da série histórica, registrando 3,9% no quarto trimestre. O dado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), e analisado pelo Connect Fecomércio-ES, mostra uma redução de 0,2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e consolida uma tendência de queda que vem sendo observada desde o final de 2020, quando a taxa era de 14,9%.
Com esse resultado, o Espírito Santo se mantém como o estado com a menor taxa de desemprego do sudeste e a sexta menor do Brasil. A taxa de desocupação no estado é significativamente inferior à média nacional, que ficou em 6,2% no mesmo período.
Mercado de trabalho aquecido
O número de desocupados no estado caiu de 89 mil no terceiro trimestre para 85 mil nos três últimos meses de 2024, o que representa uma redução de 4 mil pessoas na condição de desemprego. Desde 2023, 29 mil pessoas deixaram a condição de desocupadas, uma queda de 25,4% no número de desempregados.
Por outro lado, o número de pessoas ocupadas aumentou em 5 mil, totalizando 2,081 milhões de trabalhadores. Desse total, 798 mil estão em situação de informalidade, o que corresponde a 38,3% da população ocupada. Esse índice é o mais alto entre os estados do sul, sudeste e centro-oeste, empatado com o Rio de Janeiro. Apesar do leve aumento na informalidade em relação ao trimestre anterior, o Espírito Santo ainda apresenta uma taxa menor que a média nacional, que ficou em 38,6%.
"A queda consistente na taxa de desemprego reflete um mercado de trabalho aquecido no Espírito Santo. No entanto, a alta informalidade ainda é um desafio estrutural que precisa ser enfrentado para garantir maior estabilidade e renda para os trabalhadores capixabas", afirmou a coordenadora de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio.
Setores que mais empregam
O setor de Serviços continua sendo o principal empregador do estado, respondendo por 50,4% das ocupações, seguido pelo Comércio, com 18,7%. Juntos, esses dois setores concentram 69,1% dos trabalhadores capixabas, o que corresponde a aproximadamente 1,437 milhão de pessoas.
No quarto trimestre do ano passado, o Comércio registrou um crescimento de 4,6% no número de pessoas ocupadas, com um aumento de 17 mil trabalhadores em relação ao trimestre anterior. Esse desempenho foi impulsionado pelas festividades de fim de ano, como o Natal e o Réveillon, além da Black Friday. Já o setor de Serviços manteve-se estável, com um leve crescimento de 0,6%.
Por outro lado, os setores de Indústria e Construção Civil tiveram retrações no número de ocupações, com quedas de 6,1% e 3,8%, respectivamente. Esses resultados podem estar relacionados a ajustes nas empresas no final do ano, com desligamentos temporários para equilibrar custos e tributações.
O rendimento médio mensal dos trabalhadores capixabas foi de R$ 3.198 no quarto trimestre, uma queda de 1,3% em relação ao trimestre anterior. Apesar disso, houve um aumento de 7,7% em relação ao mesmo período de 2023. O rendimento médio no Espírito Santo é o 10º maior do Brasil, mas ainda abaixo da média nacional, que ficou em R$ 3.215.
Com um mercado de trabalho aquecido e uma taxa de desemprego historicamente baixa, o Espírito Santo segue como um dos estados mais dinâmicos do país em termos de geração de empregos. No entanto, a formalização e a valorização do trabalho continuam sendo prioridades para garantir um crescimento econômico sustentável e inclusivo.
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Créditos : Thalis Manhães